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sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Incerteza"

Ela não compreendia como ele conseguia ser tão frio e imparcial em suas palavras e atitudes, não depois de tudo que haviam passado. Ele prometeu que não seria a "incerteza", falou que gostava e que não queria brincar com ela e seus sentimentos.Pobre menina tola, acreditou em cada palavra dele, em cada "eu te amo minha pequena" dito naquelas tardes tão especiais que juntos passavam, que pareciam nunca ter fim. Por ele, ela fez de tudo, tudo que ele pediu. Ela se arriscava pra ficar nem que fosse pra passar apenas algumas horas ao lado dele. Ele parecia diferente. Era carinhoso, o tipo de garoto que ligava todos os dias, apenas para perguntar "como foi seu dia?" que ligava no meio da madrugada apenas para dizer "eu te amo, acabei sonhar com você". Mas ele não era diferente. E foi num dia chuvoso e frio, que ela recebeu uma ligação, era uma pessoa que apenas queria abrir os olhos dela. Ela chorou, pois a decepção e a dor que sentiu não tinha explicação. Um flash de todos os momentos que eles haviam passado juntos se repetiam simultaneamente em frações de segundos. Ela queria acreditar que tudo isso era mentira, que nada do que ela fez foi em vão. É talvez ela fosse só mais uma que passou pela vida dele, e ela na esperança de ser alguém que fizesse a diferença na dele. Ela não esquecerá ele, nem a ilusão e nem da dor, mas principalmente não esquecerá o quanto aquele rapaz fazia o coração dela pulsar acelerado e totalmente descompassado apenas ao se aproximar.

Improvável

A cidade inteira está em movimento, mas eu continuo aqui parada sem saber pra onde ir. Meu corpo está estagnado, mas minha cabeça e meus pensamentos estão a mil por hora, totalmente descontrolados e perdidos em um abismo sem fim. Eu acreditei que daria certo, me arrisqueis para sentir essa emoção. Mas derrepente tudo se modificou, tudo ficou instável, derrepente eu já não era mais o seu amor. As luzes da idade continuam a brilhar, iluminando as noites das pessoas, porem olhando pela janela do meu quarto eu nada vejo além da escuridão sombria que insiste em me atormentar diariamente. Eu passo a tarde olhando pro telefone, com a esperança de que ele volte um dia a tocar, escutar o timbre daquela voz rouca que sempre me tirava da realidade. Porem a tarde passa, e a noite chega sem avisar, e mais uma vez minha esperança é transformada em pó. Deitada no escuro do meu quarto eu tento lutar contra a lembrança de nós dois, é difícil fechar os olhos e o ver sorrir e descobrir ao abri-los que talvez jamais volte a sentir o gosto dos beijos dele, ou o toque leve de suas mãos firmes ao acariciar meu rosto e me segurar pela cintura.Por um breve momento me passa pela cabeça que seria melhor nunca ter te conhecido, nunca ter me envolvido, nunca ter olhando no fundo dos seus olhos e ter sentido tudo que senti. Mas logo me arrependo dos meus próprios pensamentos. Acredito que o melhor agora seja esquecer-te de vez. Pra mim parece algo torturante e improvável. O que vira acontecer no dia de amanhã eu não sei, nem tenho como prever, porem, espero que a agonia que me corroí  passe assim como tudo na vida passa, ou pelo menos deveria passar. Só não posso evitar as marcas que em mim vão permanecer.

Impossível negar

Para distante dele, ela se sentira como se estivesse em uma armadilha, mas negar o desejo que percorria cada terminação nervosa do seu corpo era impossível. Ela já podia prever, que apesar de tudo parecer estável e bem, a realidade não seria tão simples assim de encarar. No beijo dele, ela conseguia sentir perfeitamente o gosto do desejo, mas não tinha como ignorar o gosto amargo de suas lágrimas ao cair suavemente em seus lábios, ao saber que aquele poderia ser o ultimo beijo, o ultimo toque. Ela o queria ao seu lado, não só por um mero momento, porem ele? Ah, ele apenas queria curtir o momento.