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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Num ato de desespero



Sim, ela tentou, e dessa vez não havia nada e nem ninguém para impedi-la ou até mesmo reprimi-la por causa de sua atitude. Ontem era dia cinco de março, um dia que costumava ser feliz - mas agora não mais -. Um turbilhão de coisas rodavam sua mente, histórias, promessas, juras, risadas, brincadeiras... Que agora ele provavelmente deve estar fazendo ao lado da outra menina que agora esta ao lado dele, ocupando o lugar que antes era dela. Ele nunca a amou de verdade? Nunca Foi totalmente sincero com ela em relação aos seus sentimentos? Como ele conseguiu fazer tudo que fez? Como ele conseguiu chegar ao ponto de machuca-la fisicamente? Isso era amor? Como ele ainda podia ficar falando mal e xingando ela agora depois de tudo, de tudo que ela aguentou calada ao lado dele? Depois também de tudo que passaram e dividiram juntos e todos esses anos? Pobre pequena, ela achou que o carinho e respeito pelo menos tinham ficado, por que apesar de tudo o dela ficou, e ainda permanece. Mas como falei, tudo rodava em sua pequena cabeça, que se encontrava perdida e desnorteada, assim como ela. Havia também brigas em sua casa, com os seus pais, sua mãe lhe falou pra se mandar, e que ela não poderia nunca mais voltar pra lá. Ela escutou várias coisas de sua mãe que a deixaram mais perdida, com mais raiva dentro de si. Raiva dela mesmo, raiva da vida, da sua vida, das pessoas, de tudo, ela tava consumida pela raiva e pela dor. Tudo rodando dentro dela, sentimentos misturados que iam a sufocando. E foi logo num ato de desespero, que como diz o ditado " quando a cabeça não pensa o corpo padece", que ela furiosamente saiu correndo de casa com o intuito de acabar com tudo aquilo, com toda a dor, com todos seus pensamentos e imagens que se formavam em sua mente. Ela correu bem depressa e sem olhar para tás, sua visão era turva e embaçada, por causa das lágrima que insistiam em cair sem parar. E quando já estava longe o suficiente, ela parou, parou numa rua estreita e escura. Lá ela se sentou atras de um caminhão que parecia meio abandonado, ela pegou seu celular e fez uma ligação - prometeu que está seria a ultima vez que ligaria para este numero em toda sua vida -, mas ela fez a ligação, talvez naquele momento só aquela ligação a faria parar, mas em vez de atenderem apenas desligaram o telefone em sua cara, nesse momento seu coração se encheu mais ainda de raiva e dor. Ela sentada naquela rua escura retirou da sua mochila pilhas e pilhas de vários remédios em comprimidos, e uma garrafa de vodka, e sem pensar duas vezes colocou tudo para dentro. O gosto era péssimo, mas não tão péssimo quanto o gosto de sua vida. Logo depois vieram os vários cortes em seu pulso, que apesar de não serem tão profundos, doíam e ardiam bastante, e isso era ótimo, perfeito até, quando ela fazia um corte  e doía, ela por um momento esquecia o que a perturbava e se focava apenas na dor daquele corte - por isso foram vários cortes -. Agora sim ela podia dizer que quebrou uma grande promessa que fez uma vez a uma pessoa. Mas do que importaria agora? Pois essa pessoa certamente não se importava mais, tinha coisas melhores agora para se preocupar logicamente. Atitudes tolas de uma garota que se encontrava perdida, que apenas queria acabar com a dor. Não serve como desculpa, e ela nem queria mesmo usar como desculpas, mas tanto faz, agora já era tarde demais, já estava feito mesmo!
" Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela não pensa em se matar, mas sim matar a dor".

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